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Construção 4.0: A revolução tecnológica na construção civil

A tecnologia vem alterando o modo como o ser humano se relaciona com o Mundo e com os outros. Nos últimos 10 anos a evolução tem sido meteórica em todos os setores económicos. Como grandes exemplos dessa modificação temos os telemóveis, os videojogos, os carros eléctricos e já mais recentemente a Inteligência Artificial (IA). O documento Conjuntura da Construção, janeiro de 2023, da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) refere que os principais indicadores do setor registaram “evoluções favoráveis”, nomeadamente o consumo de cimento, a avaliação bancária e a área licenciada pelas Câmaras Municipais para habitação e áreas não residenciais, no ano de 2022. Sendo um setor de relevo na economia nacional, a integração da tecnologia é um fator primordial para a adaptação a tempos de pós pandemia e de guerra na Europa. 

A 4ª Revolução Industrial

A Revolução Industrial teve origem na Inglaterra sensivelmente entre os anos de 1760 e 1840, através da construção de ferrovias e da máquina a vapor que permitiram o aumento do volume do transporte de bens e pessoas e o início da produção mecânica. A segunda revolução industrial teve início no fim do século XIX e durou até meados do século XX e foi marcada pelo aparecimento da eletricidade e pela linha de montagem de Henry Ford e que deu origem à produção em escala. É então durante a Segunda Revolução Industrial que são criados e comercializados os automóveis, os telefones, a rádio, a televisão e os aviões. A Terceira revolução industrial desenvolveu-se a partir da década de 60 do século passado. A criação dos semicondutores, a computação em mainframe, a computação pessoal e a internet são os principais marcos históricos da época da computação e da automação, transformações que vão para além do setor da indústria pois esta integra o conhecimento científico e a produção.  

 

A Indústria 4.0 surge na Alemanha (termo utilizado pela primeira vez numa feira em Hannover) como definição para a criação de fábricas inteligentes e que procuravam a autossuficiência. No livro A Quarta Revolução Industrial , da autoria de Klaus Schwab, presidente executivo do Fórum Económico Mundial, a Indústria 4.0 assenta num mundo onde sistemas físicos e virtuais de fabricação colaborem de forma flexível e global. Desde a nanotecnologia até à computação quântica, passando pelas energias renováveis, o que distingue a Revolução 4.0 das anteriores é a “fusão dessas tecnologias e a interação entre os domínios físicos, digitais e biológicos“.

O conceito Indústria 4.0 foi desenvolvido pelo governo alemão com o objetivo de revolucionar os métodos de produção através da integração da robótica, inteligência artificial, a internet das coisas (IoT), Cibersegurança, Big Data e computação em nuvem.

 

tecnologias da construção 4.0

Construção 4.0: A conectividade chegou à Construção Civil

A expressão construção 4.0 deriva da indústria 4.0 e remete para a digitalização dos processos que até agora prejudicavam gravemente a eficiência das empresas do setor.

A adoção da Indústria 4.0 traz benefícios a três níveis ao setor da construção:

    • Estratégicos: Permite otimizar a receita, reformular as políticas de sustentabilidade ambiental e social e deste modo aumentar a capacidade competitiva no mercado;
    • Táticos: A integração das novas tecnologias ao longo da cadeia produtiva;


    • Operacionais: Aumento da produtividade pelo controlo e monitoramento em real time;
A capacidade de adaptação, a melhoria dos recursos e a conexão entre os vários departamentos são imperativos para a aplicação da denominada indústria inteligente.  A integração das tecnologias que seguidamente apresentamos são, como enuncia a Boston Consulting Group (BCG) no artigo intitulado Industry 4.0: The Future of Productivity and Growth in Manufacturing Industries, necessárias para responder às exigências atuais no setor:
 
 

Cyber - Physical Systems

 Os Cyber-physics Systems ou CPS são a integração da computação, das redes e dos processos físicos que definem a tendência do acesso a mais informação e serviços em tempo real. O principal objetivo destes sistemas é conduzir a realimentação dos sistemas de controlo no ambiente computacional, integrando a computação, a comunicação e as tecnologias que temos ao nosso dispor. Associado aos CPS aparece a Internet of Things (IoT).

Internet of Things (IoT)

A Internet das Coisas funciona com base nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) utilizando a internet para conectar máquinas e objetos com software e sensores inteligentes. A conexão à internet possibilita o controlo remoto de objetos e o aprovisionamento de serviços.

Big Data

O conjunto de práticas e ferramentas que analisam e gerem um grande volume de dados de fontes diferentes, em velocidade considerável, na perspetiva de fornecer informação confiável e necessária para as melhores tomadas de decisão por parte dos gestores e operacionais. A Big Data é a colecta, transmissão, processamento e análise de dados em escala. 

Cloud Computing

A computação em nuvem é o processamento e armazenamento de informação e de softwares em rede, cujo uso remoto desses recursos são feitos por meio de conectividade à internet. 

Machine Learning

Campo de estudo que proporciona aos computadores a habilidade de aprender sem ser explicitamente programado. Como refere o artigo de Schleder e Fazzio, Machine Learning na Física, Química e Ciência de Materiais: Descoberta de Design e Materiais, publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física (2021), o  Machine Learning é um conjunto de métodos para realização de automação de dados, sendo capazes de identificar padrões e como tal prever informações desconhecidas que auxiliem nos processos de decisão.

Building Information Modelling (BIM)

 A Modelagem de Informações da Construção é um ferramenta capaz de elaborar todos os projetos de maneira integrada, onde se inserem todas as informações de todos os ciclos de uma obra. O Modelo BIM contém informações sobre geometria, materiais de construção, estrutura, eficiência térmica, desempenho energético, instalações, custos de produção, manutenção e segurança da obra, entre muitas outras. Especialistas garantem que mesmo em projetos de dimensão reduzida a integração e digitalização oferecem grandes benefícios na redução de falhas e no aumento da eficiência e produtividade.

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